segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Humildade e pobreza

Humildade é o reconhecimento de si mesmo, em suas habilidades e fragilidades, com a consideração do valor do outro com quem estabelece relações. Quem é humilde não se coloca em posição de superioridade sobre outro ser humano, nem o utiliza para ascender socialmente. Pobreza é a carência de alimentação, de saúde e de recursos para o atendimento às necessidades básicas de educação, de moradia, vestuário e de informação. Pobreza é também sofrer qualquer tipo de discriminação, preconceito ou intolerância sem qualquer defesa pela própria sociedade.
Pobreza não é humildade, tampouco riqueza significa orgulho ou aquisição irregular de bens. Enquanto a primeira deve ser erradicada na Terra, a segunda, deve ser estimulada quando associada a ética, ao trabalho e à prosperidade de todos. A pobreza é sempre algo que representa a fragilidade de uma sociedade, portanto, é símbolo de falência ou ausência de políticas públicas que atendam ao significado de viver em grupo, garantindo tudo quanto todo ser humano tem direito.
Ainda há muitos pobres, poucos ricos e muitos que ainda não entenderam sua função no mundo, no que diz respeito ao desenvolvimento da sociedade. Quanto mais se dá esmolas para alívio das necessidades imediatas, mais se adia o progresso de uma sociedade. O pobre não quer esmolas ou migalhas, mas condições dignas para que saia da condição em que vive, alcançando, pelo trabalho, a riqueza e a sua dignidade. Dignidade é o inverso da opressão e da submissão ao fraco desempenho como revolta.
A maior riqueza que se possui é a disposição para viver, para trabalhar e para construir uma sociedade melhor, dando, em retorno a ela, sua cota de serviços e valores positivos. Uma sociedade não prospera quando poucos ganham e muitos vivem na miséria. Todos devem trabalhar para que todos prosperem. Sem o trabalho e o esforço pessoal a sociedade estará condenada a viver na pobreza, pela falência da vontade de que haja desenvolvimento.
A pobreza não é apenas um problema econômico, mas psicológico e real. Além do esforço governamental para erradicar os graves problemas da sociedade, cada cidadão deve, pelo trabalho, superar sua condição social, buscando sempre algo melhor. Aqueles que se encontram no grupo dos que já são prósperos devem oferecer sua experiência e seu exemplo para estimular os demais ao mesmo esforço e dedicação que os fizeram alcançar o status em que se encontram. Ser humilde sim; ser pobre não. Riqueza com humildade implica em retorno positivo para a sociedade para que todos aprendam a se tornarem pessoas prósperas.
Esperar pelos governos que proporcionem prosperidade é postergar o próprio desenvolvimento, permanecendo no clientelismo degradante. Sem o trabalho e o esforço pessoal, a sociedade permanecerá entregue às rapinas que sadicamente se locupletam.

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