segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Dia do Trabalho

De fato, há muito que reclamar. Desemprego, salários baixos, condições precárias de trabalho, plano de saúde com baixa cobertura, falta de perspectivas de ascensão funcional, falta de estabilidade no emprego, estes são alguns dos problemas enfrentados pelo trabalhador. Para quem reclamar? Do governo, do patrão, do sistema, do pai, da mãe, do azar, de Deus, de outra pessoa, da mídia, da ansiedade, de problemas particulares? Portanto, também são muitos os prováveis responsáveis diretos e indiretos pelo que passa o trabalhador. Talvez cada um dos relacionados possa ter sua cota de responsabilidade. Creio que o despreparo dos governantes, em todas as esferas administrativas, seja o mais citado. No entanto, há também causas na própria filosofia de vida de nossa sociedade. A espera de soluções externas para solução dos problemas pode ser uma delas.
Podemos apresentar muitas soluções para o problema, variáveis de acordo com seu principal responsável, porém melhor seria não depender de nenhum fator externo para alcançá-las. A espera determina um modo inercial perigoso, pois acomoda, gera dependência e dificulta qualificações úteis ao trabalhador. Qualificar-se é regra básica de quem quer um bom e estável emprego.
Admitamos que seja possível eliminar as causas, tendo o cidadão recebido o melhor desde sua infância, portanto, bons pais, boa educação, sem traumas e merecedor de um bom sistema social, porém, ainda assim talvez não consiga emprego ou trabalhe insatisfeito sem se realizar profissionalmente. Onde estaria então a causa para solução definitiva do problema senão na subjetividade da pessoa humana? O trabalho dignifica o ser humano, oportunizando a realização pessoal pelos meios de acesso que proporciona ao que pode ser alcançado pela capacidade de cada um. Quando o ser humano tiver acesso a uma boa educação bem como a viver em um sistema que priorize a dignidade e a qualidade de vida certamente haverá realização pessoal.
Um outro fator para que o ser humano alcance um bom trabalho e atinja sua realização pessoal é não transferir para nada nem para ninguém seu próprio esforço de superação das adversidades, capacitando-se mesmo que não lhe sejam dadas as condições para tal. Seu desafio sempre será vencer suas próprias limitações, sejam impostas ou sejam endógenas. A quem reclamar? Melhor atuar em duas frentes, reclamando ao sistema imposto e a si mesmo.
Reclamar de si mesmo é imperativo para quem deseja vencer, independentemente das exigências do cumprimento de obrigações aos principais responsáveis pela solução dos problemas humanos. Exija-se mais do que ao sistema, pois é o próprio indivíduo que muda a realidade a sua volta. Adotar uma filosofia de vida empreendedora, aliada a uma boa educação doméstica são alternativas imprescindíveis para a autonomia e independência da pessoa humana.

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