sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Consciência subliminar

Paira sobre as consciências dos cidadãos dignos e honestos um subliminar desejo de justiça ante as carências que existem na sociedade. Não digo explícito, mas subliminar, por conta dos esforços nem sempre assertivos de torná-la real. Nossos principais déficits são estruturais, sobretudo em educação, saúde, saneamento básico, moradia, emprego, renda, sem esquecimento das patologias sociais como a corrupção, a violência urbana e a drogadição. Soluções são conhecidas, os responsáveis são exaustivamente apontados, mas não parece haver mudanças significativas. Mesmo com reconhecidos esforços de uns e ante a irresponsável incompetência de outros, a situação em algumas regiões beira o caos social. Além de vontade política por parte das classes dominantes e dos responsáveis pela administração pública, falta uma outra vontade, desta feita na alma de cada cidadão, para que o sonho de uma sociedade justa e harmônica efetivamente ocorra. Não se trata de transferência de responsabilidade nem de querer igualar a magnitude e o valor de ambos para  solução dos problemas comuns, mas de implantar na mente de cada cidadão sua responsabilidade. Isto implica numa maior atenção a educação infantil, pois se trata de preparar o cidadão de amanhã. Há que cada cidadão se pergunte o que faz além de pagar seus impostos, caros e nem sempre bem empregados, pois não deve aceitar a situação em que sua sociedade se encontra. A maioria esmagadora dos cidadãos teve sua cidadania roubada pelo despertar da cobiça promovida pelas desigualdades sociais, cuja solução deve começar pela atenção prioritária no preparo do cidadão de amanhã, para que o hoje um dia chegue. O que se passa na escola pública acontecerá na sociedade, pois ali se forja o cidadão comum. Implantar o desejo de mudança, educando a criança para a cidadania parece ser o mais próximo do ideal pretendido por todos. A eficácia de políticas públicas requer que o cidadão esteja motivado e preparado para ser o principal autor de seu destino.
Artigo publicado no Jornal ATarde de 03.06.2015.


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