
Quando se tem, por exemplo, insônia, dor
de cabeça, tristeza, ansiedade, resfriado, crise de pânico ou uma depressão,
muitas vezes, a automedicação é regra. Recorre-se a amigos, nem sempre médicos,
geralmente pessoas que também se automedicam. Quando se trata de depressão a
questão é mais séria. Não só o diagnóstico, muitas vezes, é equivocado como a
medicação não tem o efeito esperado pela indústria que o fabrica. Cada
organismo reage de uma maneira peculiar, além do fato de que as causas não se
encontram no cérebro, mas na subjetividade psíquica de cada um. Tratar
quimicamente o que não é orgânico intoxica o corpo. Aumentar a captação de
serotonina não atinge as causas da depressão e nem sempre sequer alivia.
Prescritas ou não, as drogas para
depressão são largamente consumidas, enriquecendo os laboratórios em prejuízo
da saúde física e psíquica das pessoas. Recorre-se ao remédio para depressão
por uma falência na compreensão dos processos mentais e da singularidade de
cada ser humano, que precisa compreender-se.
Nunca uma depressão, por exemplo, provocada
pela morte de um ente querido, poderá ser curada com uma medicação, muito menos
devolver a alegria para quem ficou. Bilhões de dólares são gastos sem benefício
direto nem vantagem para a saúde psíquica. Automedicar-se parece ser duplamente
prejudicial a saúde, principalmente no caso da depressão, pois não contribui
para o entendimento das causas nem do propósito da doença, muito menos para que
não haja recidiva. É tão perigoso automedicar-se quanto desconhecer sua
natureza interior.
Artigo publicado no Jornal ATarde de 11.03.2015.
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