segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Psicologia e acidentes

Desde que Max Planck lançou as bases da Física Quântica, poucos dias de se iniciar o Século XX, o mundo passou a interpretar a realidade sob o paradigma da interferência da consciência do observador. Observador e objeto observado se confundem em características que se transferem de um para outro sem o controle efetivo do eu. Pode-se afirmar, sem nenhuma dúvida, que existem tantas realidades quantas pessoas a descrevem, havendo porém, algo comum que torna possível uma compreensão que permite a vida em sociedade: a aceitação do que nivela todos as pessoas como humanos.
Se a realidade recebe influência do observador então tudo o que lhe acontece e que foge de seu controle direto também deve ser compreendido como reflexo de sua interioridade. Por extensão, a mente humana participa direta ou indiretamente, na configuração das circunstâncias a que está sujeita. Sendo assim, de forma sutil e imperceptível, o destino é moldável pela mente humana que interfere em sua materialização. Portanto, a participação do sujeito no que lhe acomete é regra. Falta apenas ele saber como isto se dá. Será preciso descobrir como um evento, a exemplo de um acidente ou desastre, cuja ação intencional foi de apenas um indivíduo, e que atinge outros, teria a participação de quem não queria que ocorresse.
Será a mente emissora de algum tipo de onda que provoca o surgimento de circunstâncias que favorecem acontecimentos que escapam ao controle do eu? Não sendo assim, o ser humano estará sempre sujeito a insanidade de alguém sem que tenha qualquer possibilidade de evitar sua ação prejudicial ou terá que aceitar a hipótese simplista do acaso. Se a mente interfere na realidade, então o sujeito é coautor dos eventos em que se insere. Como provar isto? Talvez seja fantasia pensar assim ou então aceitar que tudo se trata de uma loteria sem sentido, cujo prêmio é a completa submissão à patologia de alguém. De minha parte prefiro continuar buscando saber como moldar meu destino.

Artigo publicado no Jornal ATarde de 08.04.2015.

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