
Ao contrário, quando os limites são
estabelecidos pelo próprio sujeito, atuando em seu modo de ser, modelando o
alcance de seus atos, dificilmente precisará brecar o outro com a emissão de um
não. Dizer não a si mesmo parece ser um poderoso mecanismo facilitador das
relações interpessoais, visto que permite o estabelecimento de uma área privativa
pessoal tão sólida que se torna pouco provável que haja interesse de invasão
pelo outro.
Em escala maior, o Estado comete mesmo equívoco
quando insiste em políticas públicas que apenas propõem atuar na repressão a
todo tipo de problema da sociedade sem apresentar propostas concretas que visem
prioritariamente educar o cidadão. Querer conter a violência com a exclusiva
melhoria do aparelhamento policial sem qualquer investimento em educação,
parece ser medida paliativa que não atinge o cerne da questão. Trabalha-se nos
efeitos esquecendo-se as causas. O não à violência, que parece epidêmica, deve
ser seguido a um não à ignorância e às desigualdades sociais. Educar o cidadão
é prioritário para que se alcance uma sociedade democrática e que haja plena
garantia do direito de viver em paz.
Artigo publicado no Jornal ATarde de
22.04.2015.
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