terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Violência: sintoma ou doença?

Os números não mentem. Foram mais de seis mil mortes intencionais na Bahia em 2015. A Bahia é o estado campeão em números absolutos no Brasil. Aqui se mata intencionalmente mais do que em São Paulo ou no Rio. A intenção de matar caracteriza o estado bárbaro em que se encontra aquele que assim age, distante do respeito à vida, da crença nos mecanismos legais de justiça e na capacidade de agir por meios civilizados. Será que merecemos estes números? A violência não se restringe às ruas. Está nas escolas, nos locais de trabalho, no ambiente doméstico, bem como onde esteja um ser humano insatisfeito consigo mesmo e incapaz de respeitar a vida.

Afirma-se que as origens estão na pobreza, na desigualdade social, no tráfico de drogas, na carência educacional e nas condições subumanas em que vivem as pessoas. Não resta dúvida que são fatores que contribuem para a violência e que devem ser resolvidos pela sociedade. Porém, é preciso entender que vivemos uma época de grande exposição da falta de ética e de desrespeito à vida coletiva, estampadas na mídia. Esta falta de ética, observada principalmente no mundo político, merece atenção por parte daqueles que elaboram as políticas públicas, pois o combate deve ser amplo e irrestrito.

Na mente humana há elementos que impulsionam os comportamentos, cuja origem não pertence a consciência. Nem tudo que fazemos tem explicação lógica ou mesmo que possa ser compreendido pelo que se passa na consciência. Isto não exime a ninguém de responsabilidade na prática de qualquer ato. Mesmo quando se evoca a insanidade mental de quem comete um crime, não se pode excluir sua responsabilidade nem a aplicação de algum tipo de restrição social. Portanto o problema da violência não se resume somente à melhoria na educação, mas ao trabalho conjunto de toda sociedade em favor de um problema eminentemente ético e de origem milenar. A ética deve ser inserida em todas as atividades humanas, desde o berço onde se nasce até a mais importante interação social do indivíduo. Ética em tudo.

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