terça-feira, 30 de outubro de 2018

Compliance na Educação

Sem qualquer sombra de dúvida, é na educação que se encontra o conflito e, simultaneamente, a solução para os graves problemas de nosso país. Claro que são necessárias reformas no sistema político, no eleitoral, no previdenciário, no econômico, na saúde e em muitos outros setores da sociedade; porém, a mais urgente e maior delas é na educação, sobretudo infantil. O reflexo disto é uma sociedade eticamente doente. Não é difícil perceber comportamentos que decisivamente contribuem para o atraso ético em que a sociedade se encontra, favorecendo o domínio de ideologias confusas, bem como a ausência de uma ordem que produza o tão desejado equilíbrio social com pleno estado de direito. O conflito é amplo e requer que inúmeras ações sejam executadas para o equacionamento do notório desequilíbrio.

Compliance, ou agir em conformidade com uma norma, assemelha-se a um pacto ético para que haja concordância e obediência segundo um modelo pré-estabelecido a ser seguido por um grupo. Considerando a sociedade como um conjunto de grupos formados pelos cidadãos, cabe ao poder público, seu administrador, instituir aquele pacto para que se resolva o conflito. Para sua plena implantação é preciso seguir disciplinas que concorram para a observância de normas e regras que evitem inconformidades. Compreende ações do grupo para que os resultados obtidos estejam de acordo com diretrizes legais e eticamente aceitáveis por todos. Desvios, corrupções ou recebimento de indevidas vantagens, tanto nas corporações quanto na vida comum, seriam contidas no nascedouro, por força de uma onda bem implantada que varra a praga que se espalhou indiscriminadamente no tecido social.

Para tanto, os governos, sob a coordenação da Prefeitura, criariam um programa amplo de atuação direta na comunidade com a instituição de Agentes Comunitários de Educação, que atuariam multidisciplinarmente, visando cadastrar e orientar as famílias quanto ao seguimento de uma vida com qualidade e com mínimas condições de sociabilidade. Seriam semelhantes aos Agentes Comunitários de Saúde, porém, teriam abrangência para orientação quanto ao planejamento familiar, financeiro, higiênico, educacional, jurídico e psicológico, incluindo noções de ética e cidadania. O cidadão teria, em sua casa, a visita de uma equipe que escutaria e orientaria sua família, sem bandeira ideológica ou política partidária, oferecendo-lhe tudo quanto é de seu direito como ser social e como pessoa no mundo.

Por outro lado, políticas públicas seriam implementadas visando a conscientização do cidadão quanto aos seus deveres e ao exercício da cidadania, com sua inclusão em programas com exigências de conformidades para o direito a recepção de benefícios adicionais às remunerações legais de seu trabalho laboral. A sociedade organizada tem de fazer um pacto ético para que sejam consolidados os valores que devem vigorar em seu seio, sem os quais a degeneração se infiltra como erva daninha que destrói a plantação que deve alimentar seus indivíduos.

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