sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Trump

O fenômeno Donald Trump não pode ser simplesmente rejeitado ou caricaturado como representante do mal, pois seu surgimento atende a anseios coletivos que revelam algum tipo de insatisfação gerada pelo status quo vigente, merecendo reflexão. Nascido no coração cosmopolita dos Estados Unidos, ele reúne traços importantes da cultura americana, marcada pelo empreendedorismo de seus cidadãos. Sua ascensão se deve ao arrojo de muitos que constroem o país que é a principal locomotiva do mundo. Porém, ele também encarna o que tem sido execrado por boa parte da Humanidade que anseia por uma sociedade melhor, mais igualitária e harmônica.

Tudo leva a crer que sua popularidade se deve a um movimento ultraconservador que prega o retorno a uma sociedade fechada em si mesma, com valores medievais que incluem a segregação racial, o separativismo politico e econômico e a xenofobia. Talvez a ascensão de um negro, cuja popularidade e credibilidade ultrapassaram as fronteiras americanas, tenha incomodado os que sintonizam com aqueles mesmos valores. É importante salientar que o mundo não aceita mais ditadores nem aqueles que se colocam acima dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade entre os povos.

O fenômeno Trump é sintoma de uma sociedade dividida, doente em seus valores éticos, que prega a supremacia do capital sobre a pessoa humana e que se digladia para obter a hegemonia mundial. Não me refiro apenas ao governo americano, mas a todos que, na Terra, desejam o extermínio de minorias, pregam o desrespeito à religião do outro, bem como exploram a fome e a miséria de muitos. Se ele vencer, assistiremos o recrudescimento de tudo quanto nossos antepassados lutaram contra, principalmente, a desigualdade, o egoísmo e a miséria humana. Podemos fazer algo? Sim. Aqui, em nosso país, temos o voto como arma inalienável para o exercício da democracia e do banimento daqueles que corrompem, que roubam e traem os ideais que geram bem-estar pessoal e coletivo.

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