segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Elites

O termo elite normalmente é utilizado pejorativamente quando aplicado aos ricos, aos mais favorecidos socialmente e aos que frequentam as mídias sociais pelo destaque socioeconômico. Aqui não utilizo com este sentido, mas tão somente considerando que se tratam de pessoas que se encontram num nível de excelência no que fazem, destacando-se por competências e habilidades. Nem sempre caráter da pessoa tem o mesmo valor. Ser elite é ser muito bom no que faz e que traz inegáveis benefícios sociais; gerar empregos é um deles.

Nossa cidade tem bons empresários, pessoas que criaram grandes negócios e fomentaram o progresso, gerando empregos e promovendoo surgimento de importantes setores úteis à sociedade. São eles, simultaneamente, causa e consequência do capitalismo, cuja fase atual é da utilização do lucro como fator de prosperidade pessoal e coletiva, bem como do surgimento de organizações não governamentais - ONGs - para cobrir as deficiências do Estado e para superar os inconvenientes do subproduto do sistema.

As ONGs são instituições autônomas, sem fins lucrativos, dedicadas a ações de cidadania, visando atender às demandas sociais ainda deficitárias. Representam uma maior participação da sociedade na solução de seus conflitos. Ocupam os espaços públicos onde o Estado não apresenta competência, interesse ou desconhece sua necessidade e valor. Quando o Estado propõe políticas públicas populistas, com ações paliativas e eleitoreiras acontecem os vazios preenchidos competentemente pelas ONGs. São instituições sem envolvimento político-partidário, com uma clara ideologia dirigida ao bem-estar social. É dever de todos estimular, contribuir e participar dessas instituições.

Mesmo não se assemelhando, as conhecidas Confrarias poderiam ter a mesma proposição que as ONGs. Confrarias, além do encontro divertido de amigos, incluiriam a ideia da reunião de pessoas que se preocupam com pessoas e que visam a otimização de serviços úteis à vida social. Portanto, iriam além da boa conversa, de uma agradável bebida, da troca de informações sobre negócios, e incluiriam outros propósitos que resultassem em benefícios sociais. Não se trata de doar bens, dinheiro ou oferecer cestas básicas, ou pagar uma conta para uma instituição. Portanto, não se trata de caridade ou doar aos pobres, mas de reorganizar melhor a sociedade para os fins a que se destina a empresa, o Estado e o próprio cidadão.

Seria algo mais assertivo, com clara intenção de oferecer, através de ações bem dirigidas, autonomia e sustentabilidade à instituição alvo. Trata-se de uma filantropia não enviesada, madura e fruto de uma consciência renovada pelo desejo do exercício de uma cidadania adulta. A própria sociedade assumiria parcialmente a condição de ser o Estado, ou pelo menos de ter parte dele sob sua administração. Espero que as Confrarias se tornem bons instrumentos do exercício da cidadania.

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