Um bom governo não necessita de propaganda, mas de disponibilizar informações para um melhor uso dos serviços públicos ofertados ao cidadão. Quando um governo se ufaniza pelos feitos que são obrigatórios, esconde suas deficiências, tentando engabelar a sociedade. Governos, mesmo que eleitos pelo voto democrático, podem se tornar prejudiciais quando priorizam investimentos na realização de serviços de grande visibilidade, ou quando atuam partidariamente, em detrimento do que é básico e essencial.
São como um bando de aves de rapina que, pairando acima do cidadão comum, vivem de suas carências e se locupletam evidenciando seus despojos, lamentando suas mortes. Remam contra o progresso quando os créditos não lhes são atribuídos, portanto, boicotam a criação de serviços que seriam inaugurados pelo governo seguinte. Não aceitam que a sociedade progrida se os louros forem atribuídos a quem não lhes comungue com a filiação partidária. Estes, que assim procedem, fazem parte do jogo do poder em que todos perdem. Justificam-se afirmando que estas são as regras e que todos assim agem. Porém, esquecem de que igualar-se em vilania é perpetuá-la.
Sim, um bom governo deve ter um bom programa, tornado público desde sua candidatura, onde constem os investimentos, e respectivas fontes de captação, que atinjam os setores da Educação, da Empregabilidade, da Saúde, da Segurança Pública, do Comércio, da Cidadania, dos Transportes, dos Direitos Humanos, do Lazer e da Espiritualidade. Porém, que não se situem apenas no curto espaço de tempo de um mandato, portanto, que alcancem o longo prazo por se tornarem políticas de Estado.
O que vemos, no período eleitoral e que se consolida no exercício dos mandatos, é uma disputa acirrada pelo lugar de salvador da pátria e pela ostentação do título de benfeitor público. Estes que assim atuam, assemelham-se aos césares dos circos romanos que, tripudiando sobre a vida humana, ofereciam-na em sacrifício para uma plateia patética e ignara. Anunciam obras públicas contaminadas previamente pela corrupção, em certames com cartas marcadas e vencedores acostumados a bajular os que possuem as chaves dos cofres do Estado. Os bajuladores se esquecem de que também prejudicam a sociedade, mesmo que justifiquem com grande oferta de empregos que viabilizam.
Um bom governo é aquele em que o cidadão é respeitado em sua diversidade, em seus direitos e em sua dignidade; é aquele que não privilegia setores da sociedade, nem governa para uns ou outros que deram mais votos, porque projetam seus horizontes sem a preocupação de se reelegerem.
Toda sociedade, mesmo quando nela possam ser encontradas pessoas que atuam contra sua estabilidade, merece um bom governo, pois excluir ou privilegiar grupos é demonstrar incompetência administrativa. Nem todo o povo tem o governo que merece, mas todo governo é o que dele não faz.