segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Pensamento crítico

O pensamento crítico é patrimônio desejável a qualquer pessoa madura e consciente de sua própria evolução. A imaturidade é mãe de inúmeras faltas, sobretudo a de discernimento quanto a própria limitação para julgamentos sólidos e precisos. Sem a crítica a si mesmo e às próprias ideias, por mais consistentes e bem fundamentadas que sejam, a mediocridade é caminho comum. É precisamente a cegueira na rigidez das ideias que revela a ausência do pensamento crítico, exercício filosófico necessário para o surgimento de pessoas capazes de mudar, para melhor, o mundo.
A ausência da crítica a si mesmo, revela o alto grau de alienação da pessoa quanto à ética, à renovação de ideias e à receptividade que deve pautar o diálogo com o outro. Arejar ideias é necessário ao progresso, bem como à manutenção da criatividade para a superação do atraso e da ignorância que caracteriza toda e qualquer polarização psicológica. Quem a si não crítica torna-se tirano e, ao mesmo tempo, escravo de suas próprias ideias.
A dificuldade em aceitar a crítica externa e da autocrítica, esconde o medo do enfrentamento da realidade, a ignorância sobre si mesmo e a possível perda de poder que presume ter sobre o outro, graças à boa e enganosa imagem que equivocadamente cultiva. Sem a crítica sobre os próprios pensamentos o ser humano se torna arbitrário, déspota e feitor das ideias dos outros. Trata-se de ato de humildade e de reconhecimento do direito de poder errar.
Melhor avaliar os fundamentos das ideias do que se contentar com resultados imediatos que obtém com as próprias. Quando as ideias são postas para agradar ou obter resultados que garantam a manutenção de uma boa imagem de si mesmo, falecem os objetivos para as quais foram geradas, sobretudo para fundamentar o crescimento pessoal de quem as emite e de quem as recebe.
O senso crítico é garantia de não sucumbir à ideia coletiva e de não se deixar dominar por algo que não foi muito bem elaborado, portanto, possivelmente contaminado por emoções nem sempre alinhadas com a harmonia e com o pensamento intelectual racionalmente construído. É na crítica a si mesmo que se produz o contraditório capaz de fomentar o surgimento de outras tantas ideias, fugindo da polarização do certo contra o errado que exclui outras vias de entendimento da realidade.
Uma pessoa com razoável senso crítico ao que produz, alcança a humildade e a grandeza de saber ouvir os outros, legitimando seu direito em emitir opiniões e de participar de uma convivência saudável. De um lado, qualquer tentativa de querer calar alguém ou, do outro, de tentar impor a própria fala, por mais ética e acertada que seja considerada, equivalem-se, pois decretam a falência da fraternidade e do respeito às diferenças. A autocrítica é atitude dos que acordaram para a construção de uma personalidade ótima.

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