Recentemente estive na Escandinávia e pude ver de perto pessoas vivendo com excelente qualidade de vida em países desenvolvidos. Um destes países, a Noruega, tem o maior IDH do mundo: 0,953. Questionei-me por que meu país não tem o mesmo. As pessoas de lá são como as de cá, portanto, todos são seres humanos. O que nos falta? Não creio que seja uma questão tão somente política ou mesmo relativa a governos. As diferenças entre aquelas sociedades e a nossa são muitas. Nossos problemas estão na educação, na saúde, na mobilidade, na moradia, na violência urbana, na intolerância religiosa, na discriminação, no descaso com a coisa pública, na corrupção etc.
O que fazer ante tantos problemas? O IDH do Brasil é 0,759, que coloca o país na septuagésima nona posição. O IDH envolve a expectativa de vida ao nascer, a quantidade de anos de estudos e o poder de compra do cidadão. São fatores que apenas sinalizam de forma sintética que aquelas sociedades possuem altos índices de desenvolvimento nos campos medidos. O IDH não reflete a totalidade de uma sociedade, mas sinaliza para três grandes áreas que merecem investimentos maciços para que venham trazer prosperidade aos seus habitantes: a expectativa de vida, a educação e a capacidade de renda para o acesso aos benefícios oferecidos pela sociedade.
Claro que as soluções passam pela política, pelo governo e pelo sistema social em vigor. Porém, os protagonistas da sociedade não podem ficar de fora. Não se pode excluir individualmente o cidadão nem tampouco os setores que fazem a dinâmica da sociedade. A consciência a ser incutida no cidadão é de que ele é o protagonista da formação da sociedade e o responsável direto em promover sua qualidade. Na outra ponta está o empreendedor, pois é ele que movimenta a sociedade e gira o capital que favorece a existência de serviços, sejam privados ou públicos.
É necessário que haja um pacto que envolva as entidades representativas dos cidadãos e dos empresários, referendado pelo poder legislativo. Neste intuito, o Congresso Nacional deve funcionar como legitimador do pacto, a fim de que haja legalidade. Cabe ao cidadão, devidamente representado, fazer valer seus verdadeiros anseios de construção de uma sociedade melhor. Creio que esta saída deve começar a acontecer simultaneamente na escola, no ambiente familiar, nas empresas e nas instituições religiosas.
Aguardar fórmulas mágicas, líderes carismáticos, leis duras ou cadeias para os infratores é atacar as consequências sem eliminar as causas. A guerra urbana contra as drogas é um dos exemplos de como o Estado cuida dos efeitos utilizando-se de meios fomentadores de mais alienação e de violência. O desenvolvimento de um país se dá quando o cidadão o enxergar como o lugar de oportunidades para todos empreenderem e se beneficiarem de seus frutos.
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