segunda-feira, 6 de abril de 2020

Autorrealização

Quando é que o ser humano vai acordar para uma vida plena, sentindo-se livre e autodeterminado? Quando será que sairá da letargia de uma vida regada a pensamentos baseados no que seus limitados sentidos físicos permitem? Será que sua inteligência ainda tem a mesma capacidade do homo sapiens que habitava as cavernas? Creio que não. Então é hora de romper com a mediocridade do olhar para a vida sem temê-la. Por acaso não percebe que a evolução premia todos que atuam de forma a promover o bem-estar pessoal e simultaneamente coletivo?
Levantem-se aqueles que já acordaram para a percepção de que conseguem manejar seu próprio destino sem medos, ansiedades ou apegos. É hora de entender que, além de seus sentidos corporais, possui e dirige uma mente na qual se situa no centro como seu proprietário. Chega de orgulho, vaidades ou egoísmo que atrasam a percepção de que o sentido da vida não se encontra nas vitórias minúsculas que os sistemas vigentes oferecem, mas em uma história de vida que inclua a construção de um mundo melhor para todos.
Qual o prazer de ver alguém falir, sofrer ou ser derrotado? Talvez atenda aos que querem reinar em um mundo próprio, único e cheio de pessoas subservientes como se necessitasse de súditos. Não se trata de questionar se levam algo quando morrem. Muito embora válido, este raciocínio não equaciona o viver a vida presente de forma a também lhe dar um significado para a sociedade. Uma vida sem sentido é como enganar-se para agradar aos outros com uma imagem altamente positiva, tendo inabilidades, deficiências e angústias lancinantes.
A vida precisa ser vivida sem exigências de perfeição, de demonstrações de feitos nem de ostentações pueris, que o tempo corrói. A autorrealização é a máxima e melhor utilização das habilidades conquistados a serviço do bem-estar pessoal e coletivo, gerando prosperidade e desenvolvimento à sociedade. Quando uma pessoa bem-sucedida promove o melhor para a própria família e para seus parentes diretos cumpre um dever que atende ao clã do qual faz parte. Quando vai além de seu clã, serve à sociedade, contribuindo para que todos ganhem. O alcance desta contribuição eleva a sociedade a um novo patamar, promovendo o indivíduo que assim procede à condição de benfeitor e de uma pessoa realizada.
Autorrealização não é uma conquista exclusivamente religiosa, pois a vida deve se realizar não apenas no Além, mas dentro dela mesma para que contemple todos aqueles que dela podem se beneficiar. A religiosidade contribui, mas se equivoca quando promete o melhor para depois da vida e quando transfere para forças sobrenaturais as soluções dos males humanos. A meta pessoal de evoluir não dispensa o mundo e sua melhoria como proposta em igualdade de valor com a própria realização. Autorrealizar-se é para acontecer no mundo, com ele e por causa dele. Neste mundo se encontram indistintamente todos os seres humanos.

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