segunda-feira, 20 de abril de 2020

Opinadores

É comum o cidadão entregar tudo que uma cidade necessita para que os governos executem. Há ainda os que esperam dos governos a definição de suas vidas, bem como os benefícios que acreditam serem credores. Muito embora haja obrigações governamentais que não se pode dispensar, cuja exigência deve ir além da escolha em quem votar, não se deve esperar tudo dos governos nem abrir mão do que compete a cada cidadão realizar por si mesmo.
Dentro desta perspectiva, encontramos diferentes tipos de opinadores políticos, que podem ser divididos em três níveis. Os do nível primário, caracterizado pela imaturidade que os levam a escolher um dos lados, condenando sumariamente o outro, com justificativas frágeis e tendenciosas. Suas opiniões são radicais e pautadas em cima de um determinado aspecto que os agradam em suas preferências. São capazes de argumentar ferrenhamente a favor de um lado, assemelhando-se a um culto cuja fé é inabalável. São fundamentalistas e evocam valores superiores para justificar suas opiniões. Os do nível intermediário, que escolhe um lado, mas aproveitam algumas opiniões positivas do outro, não são radicais e mudam de opinião de acordo com a conveniência e com o meio em que se encontram. Nem sempre opinam, pois não querem ser criticados e não têm informações suficientes para sustentar suas escolhas. São mais fáceis de manipulação pelos radicais. São inseguros e alienados politicamente e não se dão conta do prejuízo que causam à coletividade por serem neutros. Por fim, os do nível adulto, que analisam ambos os lados, valorizando o que atende requisitos que solidificam valores fundamentais para a sociedade. Concordam com filosofias que engendram prosperidade. Analisam dados acima de opiniões. Não se deixam influenciar por opiniões radicais. Estão atentos à guerra midiática das empresas de comunicação e das redes sociais. Não se deixam influenciar pelo que circula em grupos radicais. São a favor de todas as classes, de todas as tribos e de todas as etnias. Respeitam as minorias e as maiorias. Consideram importante aqueles que pregam o que vivem e que não atuam em causa própria. Sentem-se a vontade para opinar contra e a favor das diferentes posições partidárias. Respeitam as pessoas mesmo que discordem de suas ideias. Estão atentas aos que opinam a favor de boas ideias, mas que têm interesses pessoais escondidos.
O debate livre, sem partidarismo primário, sem ideologias discriminatórias e sem privilégios de qualquer natureza requer uma mente arejada por ideias altruístas. As diferentes opiniões devem ser respeitadas e não cabem sanções aos que divergem de qualquer dos lados. Todos devem olhar para o país e para os imensos desafios de uma sociedade carente de muitos serviços, sobretudo de uma boa educação. Aos que fazem política cabe a reflexão sobre o que impõem aos cidadãos como obrigação e que devem seguir como norma pessoal.

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