terça-feira, 23 de outubro de 2018

Atitude

Há algo que permeia a vida comum das pessoas, tornando-as, por vezes, apáticas diante de situações injustas e contrárias ao bem comum. Deixa-as paralisadas, esquecidas de que o bem mais precioso de uma sociedade é o respeito e a garantia da liberdade de seus cidadãos. Uma sociedade em que impera a insegurança pública, a drogadição, condições precárias de saúde pública e uma educação infantil integral para poucos está doente. Muito doente. A continuar assim, a constatação é de que todos estamos cronicamente doentes.

Qual a origem dessa onda paralisante, da malemolência e da procrastinação que toma conta do cidadão diante dos problemas sociais? Por que os culpados são facilmente nominados, quando as soluções é que deveriam efetivamente serem colocadas em prática? Talvez aquela tendência em nada fazer e simplesmente esperar seja responsável pelo imediato impulso de tão somente culpar alguém. Sim, há responsáveis, porém não basta o bordão de culpar políticos, autoridades e detentores do poder, pois de fato eles não conseguem resolver.

Precisamos de motivadores, de exemplos de pessoas bem sucedidas nos quais o cidadão possa projetar seus anseios de sucesso e de realização pessoal. Aquelas pessoas, cujo sucesso se deveu a qualidades pessoais conquistadas pelo esforço, dedicação e persistência com ética e superação de desafios e adversidades são de fato heróis. Onde estão nossos heróis? Por que não são reverenciadas e colocadas em evidência?

Eles estão nas indústrias, nos esportes, nas atividades domésticas, nas repartições públicas, nas lojas, nos templos religiosos, nos espetáculos artísticos, nos trabalhos nas ruas, nos escritórios e em tudo o que deve e merece ser bem feito. Vamos torná-los visíveis, exaltá-los, trazê-los à luz para que todos se mirem, em cujo exemplo o cidadão comum deve se projetar. Certamente você, sua mãe, seu pai, seu irmão, tio ou tia ou alguém próximo a você pode ser esse exemplo a que me refiro.

As soluções para os graves problemas, com certeza, passam pelo cidadão, pois é ele quem elege os governantes, quem estabelece as políticas públicas e, por último, é quem sofre as consequências de tudo quanto vem dificultando a vida em sociedade. Sua formação doméstica, intelectiva, profissional, religiosa ou por inciativa pessoal deveria contemplar esta temática: o que você está fazendo agora para resolver esta situação? A resposta deve ser mais do que afirmar pagar impostos, pois não se trata apenas da gestão de recursos públicos, mas da atitude pessoal do cidadão. De nada adianta garantir a sobrevivência quando se tem uma vida sem sentido. A cura de qualquer doença começa no próprio indivíduo ao colocar sua mente e sua disposição a serviço da saúde.

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