Culpa-se o Sistema por tudo. Até mesmo os que foram envolvidos pela Lava Jato devem querer aliviar suas consciências evocando o pensamento coletivo de que, como agiam, era a única forma de se fazer política ou de administrar a coisa pública. Novamente a culpa é do Sistema. Mas o que é esse tal Sistema? Na década de sessenta, no início da chamada guerra-fria, falava-se o mesmo; culpava-se o capitalismo selvagem, o imperialismo americano, a cultura massificada, entre outros. É provável que tenham tido razão. Hoje, os envolvidos, os indiciados, os réus e os condenados naquela megaoperação, talvez, para se sentirem em paz e manterem o equilíbrio de suas mentes não tão sadias, pensem o mesmo ou incluam outras desculpas semelhantes.
O que é fato inquestionável é que todos sabiam o que faziam e particularmente se beneficiavam, como também favoreciam seus pares que estavam nos mesmos esquemas. O Sistema é construção de cada um e não é razão suficiente para justificar o caráter das pessoas, cujas tendências lhes pertencem. Quando aderem à delação premiada, atestam que querem negociar uma parte do caráter, buscando alívio de suas penas, que, por sinal, pouco mudam suas disposições. Cabe a cada ser humano, antes de inventar seu “sistema”, avaliar o quanto vale seu caráter, pois a mente não se alivia com uma simples “delação premiada”, nem se contenta com pouco.
O caráter de uma pessoa não se mede apenas pelo que faz, mas principalmente pelo que almeja alcançar com seus atos. Quando quer se locupletar ou quando deseja a hegemonia sobre pessoas, submetendo-as às suas ideologias, torna-se doente do caráter. Sim, são doentes do caráter, todos aqueles que assim agem, pois, submetidos às suas tendências escusas, conscientes e inconscientes, contrariam a onda coletiva de melhoria do ser humano. A Humanidade tem se tornado cada vez mais civilizada, ao menos nos relatórios de organismos multilaterais, apresentando consistentes indicadores de melhoria da qualidade de vida, comprovando sua evolução.
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