Toda disputa política promove ganhos para a população. Trata-se da concorrência, velha lei do mercado. Bom quando a disputa é por ideias que digam respeito a projetos que atinjam positivamente a sociedade em seus fundamentos. Quando a disputa se baseia em propaganda de feitos externos, com obras bonitas, porém pouco aparelhadas ou de vida curta por falta de insumos básicos e essenciais, trata-se da velha política enganadora. A velha política é partidária, parcial e voltada para o apadrinhamento, onde os que coligam tem cargos e vantagens. O que é melhor para a sociedade nem sempre é o que interessa aos que governam. A velha política é um câncer a ser extirpado.
Na velha política impera o narcisismo de governantes que querem deixar seus nomes na história. Não dão continuidade às obras de seus antecessores quando estavam em lados opostos na disputa eleitoral. Na velha política obras são exaltadas em lugar de marcos regulatórios, de políticas públicas, de educação dos atores políticos, pois não geram visibilidade eleitoral. Inauguram obras como quem oferece uma merenda para enganar a fome, por falta de refeições adequadas.
Na velha política da propaganda dos feitos, não há trabalho continuado, não há geração de empregos nem ações de longo prazo. O clientelismo impera e as antigas esmolas são substituídas por benesses e por concessões sem exigências de reciprocidade do cidadão para com a sociedade. Dão bolsas, mas não exigem retorno social na forma de valores éticos nem compromissos do cidadão no cuidado com a coisa pública.
Na velha política, o povo não é somente enganado, mas anestesiado com favores, com eventos pirotécnicos midiáticos e com propostas que são vendidas como positivas e de fácil implantação. Os políticos da velha política fazem pose de estadista e de salvadores de situações calamitosas que eles mesmo contribuíram para criar. Geralmente deixam para fazer inaugurações no final do mandato. Enquanto isto, faltam: segurança pública, saneamento básico, educação básica, geração de empregos, profilaxia contra o adoecimento, filosofia empreendedora, cuidados ao idoso, políticas públicas transparentes e tudo mais que indicaria que estaria havendo progresso social.
Sim, há obras com ganhos para a população e que melhoram a vida comum. Porém, que adiantam se não há trabalho para que o cidadão tome o transporte, se não há segurança pública, se não há professores nem pedagogos para as vagas escolares, se não há profissionais de saúde nem equipamentos para cuidados básicos nos hospitais, se não há empresas para que dinamizem a sociedade?
O cidadão não pode se deixar enganar, pois os políticos que aí estão não podem apagar o fato de que foram eleitos quando vigoravam os velhos métodos da antiga e sórdida política que a Lava Jato está combatendo.
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