segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

O dono da festa

O Natal é a comemoração do nascimento de um judeu que fez e faz a diferença para mais de dois bilhões de adeptos do Cristianismo. Por outro lado, a passagem do Ano Novo significa a comemoração da mudança do velho para o novo, da esperança de que algo novo e bom vai acontecer em comparação ao passado, que deve morrer, sendo substituído pelo recomeço. Uma nova etapa que venha trazer melhores frutos que a anterior. Não é coincidência que as datas sejam próximas. Evocam sentimentos muito parecidos.

Para muitos o Natal evoca renascimento, para outros presentear, alguns consideram uma festa em família, confraternização, fotos bonitas, palavras repetitivas de felicidade. Nela se dá tudo que não acontece no dia a dia em matéria de expressar o desejo de felicitações em memória do dono da festa: Jesus. Esta memória se refere a que fatos da vida dele? Para alguns, ao seu sofrimento, para outros, ao seu perdão incondicional, para muitos, a sua capacidade de amar a todos. Vários são os motivos do Natal, porque muitos foram os feitos que marcaram a vida dele. Alguns apresentados de forma mítica, outros com grande possibilidade de terem sido reais.

O que mais me impressiona naquele judeu não seus feitos pontuais, mitificados ou não, nem qualquer dos milagres que tenha praticado, muito menos a sua crucificação, por mais injusta que possa ter sido. Creio que ele pagou o preço por sua irreverência e pelo inusitado de sua pregação. Para mim, seu maior exemplo, digno de ser para sempre imitado, independentemente da opção religiosa, foi sua capacidade de se autodeterminar e por uma permanente disposição em viver e realizar-se.

Sim, foi seu invejável estado de empoderamento para realizar o que se autodeterminou. Isto é fenomenal, sem menosprezo aos seus outros feitos, portanto, o grande exemplo que ele deixou foi sua enorme e constante disposição para o viver, independentemente do que o destino lhe reservasse.

A passagem para o Ano Novo, o famoso Réveillon, traz um misto de esperança, tomada de decisões importantes, abandono de velhos hábitos e confiança no futuro, sobretudo com a certeza de que o indivíduo estará sob a proteção divina.

São duas festas que produzem estados psicológicos muito semelhantes. Portanto, seja você também o dono da festa, não pelo Natal, pelos presentes, pela alegria, pelas felicitações ou mesmo pelo que doou a alguém necessitado. Nem pela esperança que permeia a passagem do Ano Novo. Tudo isto tem seu valor. Porém, seja você o dono da festa por uma vida intensa, ativa, produtiva em favor de seus ideais, sobretudo, daqueles que envolvem a construção de um mundo melhor e de uma sociedade onde sua ética seja superior e justa. Sim, a vida dele foi uma verdadeira festa interior, pois a realizou com maestria e autodeterminação. Faça o mesmo com a sua vida.

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