Os britânicos parecem arrependidos de terem votado a favor da saída do Reino Unido do bloco da União Europeia. O reino, ao que tudo indica, parece desunido, pois os escoceses que apoiaram a permanência deles no bloco bretão, não gostaram do resultado, pois não querem sair do bloco europeu. A desunião é reflexo de um mundo ainda não unido nem fraterno com seus cidadãos. A intolerância ao estrangeiro grassa num planeta cheio de contrastes, caracterizado pela diversidade cultural e com interesses econômicos e sociais marcadamente etnocêntricos.
A Inglaterra, principal interessada na saída, movida pela forte reação à imigração do leste europeu que lhe toma empregos de seus cidadãos, coloca em evidência uma velha temática preconceituosa: a xenofobia. O recado vale para todas as minorias, sinalizando que não devem esperar benefícios das maiorias, mas conquistar seus direitos a partir de competências próprias, sem depender de migalhas, muito menos do reconhecimento de direitos sem deveres. Parece que benefícios que visam reparar velhas injustiças soam como sinais de indignidade e menos valia, promovendo uma nova forma de discriminação.
O mundo ainda discrimina, retalia e exclui todo aquele que não obedece seus padrões ou que se encontra fora das fronteiras culturais preestabelecidas num determinado território. O ideal de uma sociedade universal, constituída de cidadãos do mundo e dos filhos de um mesmo Deus está longe de acontecer, mais parecendo uma proposição arquetípica improvável de ser materializada. Há ainda uma certa dificuldade na aceitação da unidade universal do ser humano, proclamada por todos, mas não aplicável quando interesses econômicos falam mais alto. Talvez ocorra quando o ser humano, sem deixar de perceber sua singularidade, enxergar sua parte coletiva, que o nivela e iguala aos outros e que o leva a cuidar de tudo quanto signifique viver em sociedade. Nada mais evoluído do que viver numa sociedade que inclua todos e que promova qualidade de vida.
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