Desde menino, sempre que enxergava um policial sentia respeito, admiração e autoridade. Creio que projetava meu próprio pai, que era militar, pois via que ali estava alguém que mandava. O policial era o militar que estava fardado que me fazia andar na linha quando dele me aproximava. Estudei no Colégio Militar de Salvador e prestei serviço ao Exército na Escola Preparatória de Cadetes, em Campinas, São Paulo, o que me deu boa parte de minha formação ética e meu gosto pela disciplina. Creio que, por estas razões, minha proximidade ao admirar um policial está explicada.
Hoje, no entanto, lamento que nossa Polícia seja tratada como um subemprego em que o trabalhador não é respeitado. Não tem um salário digno de quem é responsável pela segurança, não é treinado como deveria e não possui os instrumentos adequados para fazer face ao crime organizado. O policial deve e precisa ganhar a admiração da população. É ele que representa a força do Estado, que garante a democracia, a justiça, a manutenção do estado de Direito, além de nos transferir a sensação de segurança pela simples presença.
O descaso que existe à importância do policial custa caro ao Estado, pois premia a insegurança e provoca o medo estampado na face do cidadão, que sabe que sair às ruas pode lhe trazer consequências muito negativas, inclusive a perda e sua integridade física. É triste saber que em nossa cidade não há bairro seguro nem rua em que não se possa ser assaltado. É também lamentável que o policial também precise esconder sua condição para não sofrer represálias e pagar com a própria vida por ser quem ele é.
Sei que há problemas em todas as áreas do Governo, principalmente na saúde, na educação, na moradia e na mobilidade urbana, porém na segurança pública o problema parece ser bem maior. Todos andam tensos e preocupados se não serão assaltados, estuprados ou mortos em qualquer lugar da cidade. Muitos migram para outras cidades e até para outros países por causa da falta de segurança.
Enquanto isto, o governo gasta fortunas com propaganda de seus feitos que, embora possam ser louváveis, são pífios quando o cidadão ao se beneficiar do direito de ver o resultado dos impostos que paga é assaltado no caminho de seu trabalho. Cabe ao governo efetivas ações para resolver o problema, sobretudo, oferecendo todos os meios para tornar o policial o cidadão mais informado, mais preparado e mais seguro para o exercício de sua função.
Valorizemos o policial, independentemente de tudo, é o ser humano que arrisca sua vida pela vida de quem também o considera importante. Sem restrições, o policial é o guardião da vida de uma cidade, tornando-se seu protetor diligente. Tratemos bem de quem se expõe e se arrisca para que sua cidade seja um local agradável e bom de se viver.
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