O desenvolvimento de uma sociedade está diretamente ligado a ética de seus cidadãos. País sem ética é consequência da ruína moral de seus cidadãos. Muito antes de Cristo, a retórica era velha conhecida da Grécia antiga, quando o sofista Górgias introduziu o tema em suas aulas em praça pública, através de palestras cobradas. Era a arte de falar bem visando impressionar ou convencer o outro. Ter o domínio do vernáculo para expressar ideias é desejável a qualquer ser humano que queira se comunicar bem. Quantos não gostariam de, pela palavra, serem aceitos, convencerem ou venderem bem suas ideias? Porém, quando se trata de moral, as palavras não são suficientes, nem conseguem dizer o que se passa no mundo íntimo do ser humano. O que se diz nem sempre é o que se sente, se pensa ou se faz.
No domingo, assistimos a Câmara dos Deputados, atendendo ao clamor popular, optar por uma mudança no comando executivo do país. Foram muitos discursos, muita retórica e muitos apelos à moralidade. Viu-se que não basta ser nem parecer ser uma pessoa ética. A retórica foi bem empregada pelos que defendiam um lado e o outro. Vê-se que é preciso mostrar os feitos éticos para que haja uma real mudança na política brasileira. Os interesses coletivos falaram mais alto do que o mérito da questão que foi votada. A classe política mostrou que atua corporativamente, refletindo, na retórica repetitiva dos discursos, e na performance de muitos, a estrutura da sociedade que representa. Em geral, prevaleceu a máscara social nas relações, em detrimento da transparência, da coerência de princípios e da ética fidedigna aos interesses coletivos.
Sim, precisamos de ética, de coerência ideológica, de menos fisiologismo e de mais transparência no exercício dos mandatos que são exercidos em nome do Estado. Ao cidadão brasileiro, resta esperar que a ética nasça na consciência dos legisladores para que deixem de se digladiar e de defender interesses escusos em nome da democracia, que juraram defender.
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