Paira sobre as consciências humanas uma sombra que lhes determina o humor, o estado psicológico, a disposição de viver e de enfrentar os naturais desafios da vida. Esta sombra rapidamente se espalha de forma a atingir todos aqueles que sintonizam com o descrédito de si mesmo. Sem o saber, qualquer pessoa, o cidadão comum, está sujeita a ser cooptada por aquela sombra, bastando que não se perceba dona de si mesmo, apta a construir seu próprio destino ou que desacredite de seu potencial de realização pessoal. Quando encontramos muitos indivíduos que se submetem à influência sutil e perniciosa daquela sombra, a sociedade se torna medíocre e entra em estagnação. São indícios desta insidiosa e traiçoeira condição quando as pessoas aceitam tudo por menos, demonstrando pouca exigência à qualidade do que fazem ou recebem e a ausência de senso crítico ao que deveria ser proporcionado em excelência.
Quando se observa que as pessoas dedicam pouco tempo ao esforço para sair de condições sofríveis de vida, que agem de forma semelhante ao primitivo e que utilizam a violência como meio de obtenção de recursos, percebe-se que a sociedade ainda se encontra num estado bárbaro. Quando os indivíduos atuam de acordo com valores antiéticos, não agem dando o melhor de si quando no exercício de funções públicas e demonstram desprezo ao exercício da cidadania quando responsável pelo seu cumprimento, vê-se que a sombra dominou a sociedade. Nela predomina a excessiva tolerância ao próprio erro e as condições inferiores de vida, pois não enxergam que podem superar seus problemas.
A sombra também se estende atingindo aos que deveriam, por vocação, empreender, desestimulando-os ou o fazendo de forma tímida mesmo quando as condições macroeconômicas são favoráveis. A sociedade apresenta pouco empreendedorismo e sem incentivos a programas de inovação tecnológica, atrasando o desenvolvimento de projetos que proporcionariam melhoria da produtividade industrial e da qualidade de vida. Observa-se a baixa qualidade na confecção de produtos de uso comum e, principalmente, de venda, em que o consumidor é indefesamente lesado.
Trata-se, portanto, de uma grande sombra que se projeta sobre o estado de espírito das pessoas, promovendo atrasos que interferem na economia, na politica, na religiosidade, na mobilidade, na alimentação, nos serviços públicos e no laser, com graves consequências para o desenvolvimento social e para os direitos humanos. A degradação é observável quando o poder público faz por menos, planeja por menos e executa por menos, em desrespeito à vida e a inteligência humanas.
O combate a esta sombra inicia-se quando o indivíduo compreende seu papel de agente de transformação social, de responsável pelo destino pessoal e coletivo e quando percebe que o mundo em que vive é reflexo de si mesmo.
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