Ivan Petrovich Pavlov, médico russo, ganhador
do Nobel de Fisiologia em 1904, enunciou, anos depois, o mecanismo do reflexo
condicionado, cujo princípio reza que sob certos estímulos emparelhados o
organismo produz novas respostas de adaptação. Graças a este conceito, J. B.
Watson, nos Estados Unidos, demonstrou a eficácia da modelagem do comportamento
humano, aplicando-o na propaganda. À mesma época, o também americano, B. F.
Skinner apresentou seus estudos sobre o comportamento operante e sobre
superstição. Com isto, a Psicologia derivava para o chamado Comportamentalismo,
afirmando-se mais ainda como ciência.
O fato é que no emparelhamento de estímulos tem
prevalência o que traz a melhor recompensa. Isto não se dá apenas individualmente
com os organismos, mas também com o coletivo da sociedade. O processo de educação de uma sociedade passa por
princípios comportamentalistas semelhantes. Mesmo assim há fatores que podem
atuar sobre uma sociedade que fogem de qualquer previsão ou controle que a
direciona para situações que contrariam aqueles princípios. Assim ocorre, por
exemplo, quando uma sociedade oprimida por muito tempo, resolve não retroagir
sua ira sobre o opressor. Isto pode ser visto com os judeus, que souberam e sabem
conviver pacificamente com seus opressores.
Por outro lado, o ser humano obedece aquilo que
determinou para si, muitas vezes atendendo aos reflexos condicionados, sem a
menor consciência das influências psicológicas que recebe, agindo e reagindo
qual máquina que ele mesmo fabrica. Muitas vezes, se ele negligencia uma
rotina, há o risco de perder todo esforço anterior para alcançar o patamar que
havia chegado. Isto implica que deve sempre, por segurança, acreditar na
disciplina, na persistência e na manutenção de sua motivação. Mesmo não sendo
uma máquina, nem simplesmente um animal, está sujeito a condicionamentos que
carecem de mudanças para que valorize sua inteligência, a serviço de seu
próprio progresso.
Publicado no Jornal Atarde de 15.07.2015.
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