segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Comportamento condicionado

Ivan Petrovich Pavlov, médico russo, ganhador do Nobel de Fisiologia em 1904, enunciou, anos depois, o mecanismo do reflexo condicionado, cujo princípio reza que sob certos estímulos emparelhados o organismo produz novas respostas de adaptação. Graças a este conceito, J. B. Watson, nos Estados Unidos, demonstrou a eficácia da modelagem do comportamento humano, aplicando-o na propaganda. À mesma época, o também americano, B. F. Skinner apresentou seus estudos sobre o comportamento operante e sobre superstição. Com isto, a Psicologia derivava para o chamado Comportamentalismo, afirmando-se mais ainda como ciência.
O fato é que no emparelhamento de estímulos tem prevalência o que traz a melhor recompensa. Isto não se dá apenas individualmente com os organismos, mas também com o coletivo da sociedade. O processo de  educação de uma sociedade passa por princípios comportamentalistas semelhantes. Mesmo assim há fatores que podem atuar sobre uma sociedade que fogem de qualquer previsão ou controle que a direciona para situações que contrariam aqueles princípios. Assim ocorre, por exemplo, quando uma sociedade oprimida por muito tempo, resolve não retroagir sua ira sobre o opressor. Isto pode ser visto com os judeus, que souberam e sabem conviver pacificamente com seus opressores.
Por outro lado, o ser humano obedece aquilo que determinou para si, muitas vezes atendendo aos reflexos condicionados, sem a menor consciência das influências psicológicas que recebe, agindo e reagindo qual máquina que ele mesmo fabrica. Muitas vezes, se ele negligencia uma rotina, há o risco de perder todo esforço anterior para alcançar o patamar que havia chegado. Isto implica que deve sempre, por segurança, acreditar na disciplina, na persistência e na manutenção de sua motivação. Mesmo não sendo uma máquina, nem simplesmente um animal, está sujeito a condicionamentos que carecem de mudanças para que valorize sua inteligência, a serviço de seu próprio progresso.
Publicado no Jornal Atarde de 15.07.2015.


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