É possível uma sociedade corrompida,
reduzida ao seu lado sombrio por apresentar um sistema degradante para seu
cidadão, levantar sua autoestima e caminhar na direção da ética por um natural
desejo coletivo de compensação para superar sua inferioridade? Segundo o
psicólogo austríaco Alfred Adler, no plano individual, sim. Por volta de 1907 Alfred
Adler lançou as bases do que chamou de teoria do desenvolvimento individual.
Valorizava a influência das contingências sociais como determinantes na
formação da personalidade. Para ele a motivação humana se caracteriza pelo
esforço de superação de sua inferioridade real ou presumida. Por causa de
fatores gerados pela educação, pelos estímulos positivos ou negativos oriundos
da vida social, pelas ocorrências da primeira infância o ser humano adquire o
complexo de inferioridade que o impulsiona à superação.
Para Adler, o complexo de inferioridade é
o fator que condiciona o desenvolvimento da personalidade para que alcance a
perfeição ou plenitude do eu. Por causa da inferioridade consciente, passa a
abrigar um desejo de poder e de reconhecimento social em compensação às
próprias fraquezas. O alvo humano é a perfeição, a realização plena do eu,
razão principal de sua existência. A força determinante da vida, que resume
todos os esforços e concentra toda energia de viver é o desejo de superação, a
resiliência, pela qual todo ser humano demonstra sua razão em existir.
De fato, as
ideias de Adler, nos levam a entender que, conscientemente, o ser humano pode
moldar sua personalidade e seu destino, graças a sua própria condição de
criatura que se sente inferior. Porém, quando começa esta reação? É preciso ir ao
fundo do poço, diria ele, para que a reação se inicie. E a sociedade, reagirá
adequadamente às adversidades tal qual o indivíduo? Só haverá reação coletiva quando
o cidadão se imbuir de dignidade e se importar com seu destino e o de seu
semelhante.
Publicado no Jornal ATarde de 25.03.2015.
A sociedade irá melhorar verdadeiramente quando cada cidadão parar de usar a Lei de Gerson e começar a usar a Lei da Solidariedade de Jesus, pois só poderemos ser felizes verdadeiramente quando não houver mais nenhum irmão sofrendo de fome e de privação ao nosso lado.
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