sábado, 26 de setembro de 2015

O arquétipo na escola

Os exemplos de bondade protagonizados por Irmã Dulce, Florence Nightingale e Francisco de Assis, considerados como exceções, confirmam a regra de que todo ser humano é naturalmente bom. A cultura da bondade é pouco disseminada, prevalecendo aquela que valoriza o escândalo, a crítica e a que dissemina notícias que provocam grandes choques emocionais. O desejo de ver o mal e a destruição alivia a culpa inconsciente, alimentada por uma arcaica cultura religiosa dominante, que a maioria carrega em si mesmo. A maioria se sente bem em assistir ao mal do outro que seja maior do que o seu.
Não se trata de desconsiderar a maldade, mas de valorizar o embrião da bondade que marca a essência humana. A crítica é parte da existência humana, necessária para o aprimoramento das ações e para o prevalecimento do interesse público em detrimento do privado. Porém, a polaridade é nítida quando não se estimula nem se valoriza o que aprimora e o que produz o bem. Talvez este comportamento coletivo esteja relacionado com a própria desvalorização inconsciente de si mesmo.
Sim, deveríamos começar na família, pois os pais devem estimular em seus filhos o comportamento positivo, elogiando suas qualidades, premiando iniciativas em favor do bem coletivo, como também servindo de espelho para que eles sigam bons exemplos. Por outro lado, políticas públicas que reformulem e aprimorem a educação devem contemplar a valorização daquilo que resulta num bem para a sociedade, inserindo nos currículos e programas tudo que valorize o esforço e a superação humana. A criança deve ser elogiada, premiada em seus destaques, valorizada no que produza de útil e bom. Inconscientemente, como um arquétipo, toda criança apresenta uma tendência natural à bondade, cujo estímulo forjará o aparecimento de uma cultura que vai se sobressair à que privilegia o lado escuro da personalidade. Para o mal, como para o bem, todo ser humano é capaz de superar suas deficiências e fragilidades, tornando-se o que mais alimentar.

Publicado no Jornal ATarde de 17.06.2015.

Um comentário:

  1. Suas reflexões sempre nos colocam a pensar sobre nossas atitudes e olhar sobre a vida...

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