Desde que Max Planck lançou as bases da
Física Quântica, poucos dias de se iniciar o Século XX, o mundo passou a
interpretar a realidade sob o paradigma da interferência da consciência do
observador. Observador e objeto observado se confundem em características que
se transferem de um para outro sem o controle efetivo do eu. Pode-se afirmar,
sem nenhuma dúvida, que existem tantas realidades quantas pessoas a descrevem, havendo
porém, algo comum que torna possível uma compreensão que permite a vida em
sociedade: a aceitação do que nivela todos as pessoas como humanos.
Se a realidade recebe influência do
observador então tudo o que lhe acontece e que foge de seu controle direto
também deve ser compreendido como reflexo de sua interioridade. Por extensão, a
mente humana participa direta ou indiretamente, na configuração das
circunstâncias a que está sujeita. Sendo assim, de forma sutil e imperceptível,
o destino é moldável pela mente humana que interfere em sua materialização. Portanto,
a participação do sujeito no que lhe acomete é regra. Falta apenas ele saber
como isto se dá. Será preciso descobrir como um evento, a exemplo de um acidente
ou desastre, cuja ação intencional foi de apenas um indivíduo, e que atinge
outros, teria a participação de quem não queria que ocorresse.
Será a mente emissora de algum tipo de
onda que provoca o surgimento de circunstâncias que favorecem acontecimentos
que escapam ao controle do eu? Não sendo assim, o ser humano estará sempre
sujeito a insanidade de alguém sem que tenha qualquer possibilidade de evitar sua
ação prejudicial ou terá que aceitar a hipótese simplista do acaso. Se a mente
interfere na realidade, então o sujeito é coautor dos eventos em que se insere.
Como provar isto? Talvez seja fantasia pensar assim ou então aceitar que tudo se
trata de uma loteria sem sentido, cujo prêmio é a completa submissão à
patologia de alguém. De minha parte prefiro continuar buscando saber como
moldar meu destino.
Artigo publicado
no Jornal ATarde de 08.04.2015.
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