sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Psicologia e Psiquiatria

Para muitos, estas duas áreas do saber humano se confundem, para outros, são diferentes faces da terapêutica dos transtornos mentais; porém é preciso conhecê-las para que sejam valorizadas em suas importantes contribuições à saúde psíquica. A psiquiatria, mais antiga que a psicologia, desde alguns séculos antes de Cristo, tem seus primórdios associados a práticas de cura dos alienados da sociedade; já a Psicologia, que ainda não completou dois séculos desde que os estudiosos do comportamento humano iniciassem sua teorias a respeito da dinâmica psíquica, tem se ocupado dos processo mentais envolvidos.
A antiga pecha de cuidar de loucos não cabe mais a nenhuma das duas, pois atuam principalmente na população considerada saudável e que busca o equilíbrio da consciência para enfrentamento da vida cotidiana. A rigor não há loucos nem doidos, mas pessoas que assim foram rotuladas porque o referencial psíquico do eu não se enquadrava na conformidade coletiva, por se tratar de algo inconsciente.
Na arte de curar, ambas visam o diagnóstico para alívio e erradicação de todo tipo de sofrimento mental, mesmo que partam de diferentes considerações a respeito de suas causas. Têm distintos objetos de estudo, além de variados métodos de promover a cura do que consideram doença. Enquanto a psiquiatria enxerga o cérebro e sua rede neuronal, suas sinapses e neurotransmissores, a psicologia penetra na dinâmica dos processos psíquicos que vão além da materialidade cerebral. A psiquiatria é objetiva em sua terapêutica, enquanto que a psicologia é subjetiva em suas considerações sobre as causas. Imprescindível o diálogo entre elas, quando se trata da ocorrência da transtornos psíquicos com graves prejuízos funcionais. Sem hierarquia, porque são terapêuticas complementares e interdependentes, merecem um diálogo mais maduro pelas academias para que os currículos que formam seus profissionais abordem os aspectos inconscientes e culturais na gênese das doenças mentais.
Artigo publicado no Jornal ATarde de 25.02.2015.


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