Aquiles foi o principal herói da guerra de Tróia, tragédia grega ocorrida por volta do ano 1300 antes de Cristo. Sua mãe, então amante de Zeus, desejando que o filho se tornasse imortal, o banhou no rio Estige, segurando-o pelo calcanhar, razão pela qual este era o ponto em que apresentava vulnerabilidade. Foi justamente atingindo seu calcanhar que uma flecha envenenada lhe tirou a vida.
O mito de Aquiles reflete a condição de toda criatura humana, que deixa lacunas em seus processos existenciais, por não considerar suas imperfeições e limitações presentes na personalidade.
Diz-se que todos temos um “calcanhar de Aquiles”, isto é, um ponto em que somos frágeis, geralmente oculto, exigindo a descoberta de qual é e de como pode nos desestabilizar. Porém, extrapolando o mito, questiono qual o “calcanhar de Aquiles” de um país? Qual o fator a ser desenvolvido, cuja solução levaria aquele país a se tornar mais desenvolvido? Em se tratando do Brasil, creio que existem muito mais do que dois calcanhares. São muitos os problemas e, portanto, muitas as ações para que o desenvolvimento venha a acontecer.
Especificamente falando-se da operação Lava Jato, que está passando a limpo nosso país, lavando a lama da corrupção, onde se encontra a fragilidade que a ameaça sucumbir? Uns dizem que é na falta de recursos para manter o aparelhamento policial que investiga, outros dizem que está na redução do poder do Ministério Público ou em alguma manobra política que impeça sua continuidade. Muito embora a operação apenas estanque os sintomas, o que já é algo muito relevante, não vai às reais causas. Estas causas são os calcanhares de Aquiles que devem ser eliminados.
Todos sabemos que há um calcanhar central que, por falta de vontade política e de bases culturais na matriz social, não é efetivamente trabalhado. Refiro-me a Educação, em cujo seio se encontra o calcanhar central do problema brasileiro. Enquanto não investirmos em Educação precisaremos indefinidamente de muitas operações Lava Jato.
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