Vivemos um boom de adesão ao uso da informática. Os dedos humanos nunca foram tão utilizados como hoje. Magicamente, como se saísse do nada, a informação surge disponível para que o usuário desfrute da satisfação de seu desejo consciente e, muitas vezes, inconsciente. O virtual se torna o real, provocando a mente humana na sua capacidade mais elementar: a imaginação. O objeto em si torna-se secundário, pois sua imagem assume o lugar soberano de realidade. Pela facilidade de acesso, pelo volume e diversidade de informações e pela imensa oferta de serviços proporcionados pela internet, configura-se como o inconsciente da coletividade de onde tudo se consegue ao simples toque de um dedo.
As relações entre pessoas pelas redes sociais ampliam os contatos humanos, pois favorecem a descoberta de novas amizades, mesmo que virtuais, portanto, mais frágeis. De uma nova forma, ninguém mais será condenado à solidão. O mundo digital parece suprir as carências humanas conectando pessoas sem as barreiras impostas pelos desníveis sociais. Há um preço, plenamente suportável, caracterizado pela qualidade inicial destas relações que as tornam fugazes e de consistência duvidosa. São relações de “persona”, que distanciam o ser humano de seu semelhante, optando-se por um contato que lhe permite a proteção no anonimato, além de uma certa invisibilidade. Desse modo garante-se a manutenção da sombra pessoal, escondida e sob controle.
Mas informática não é só rede social. É ela responsável pela sobrevivência e pela melhoria da qualidade da vida humana. Graças a esta era digital, operações como a Lava Jato podem ter êxito, pois são utilizados sofisticados programas de computadores que coletam e analisam instantaneamente dados, alimentados por informações de distintas fontes, apresentando resultados precisos e surpreendentes. Por enquanto essa explosão de recursos tecnológicos está trazendo conforto e sobrevida ao ser humano, porém ainda não o fez agregar valores éticos nem integrar habilidades de convivência úteis para sua plena felicidade. Somos como pilotos de uma grande e sofisticada aeronave, cuja tecnologia não nos ensina a saber os motivos da viagem nem aonde iremos chegar.
Em mãos que se tornam apêndices de mentes evoluídas e eticamente superiores a tecnologia promove crescimento pessoal e desenvolvimento social. Em mentes fracas ou doentes servem apenas ao deleite e passatempo para compensar o vazio pela falta de significado existencial, quando não serve a fins escusos, principalmente em tempos em que a ética anda sumida. Vamos aguardar que surja um aplicativo que nos conecte efetivamente uns aos outros como semelhantes, fadados a construir um mundo melhorcom o poderoso auxilio da cibernética, porém, com a utilização das subjetivas e inalienáveis habilidades humanas, sem as quais viveremos literalmente num mundo de matrix.
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