A vida humana exige esforço, sacrifício e determinação para que sejam vencidos os obstáculos naturais que se interpõem entre o indivíduo e a realidade. Submetido ao estresse do cotidiano, todos procuram se adaptar, liberando comportamentos, muitas vezes, considerados esquisitos. Difícil distinguir entre normalidade e anormalidade quando o ser humano é submetido a situações estressantes e a experiências que o inferiorizam e lhe exigem conformidades. Enquadrar uma pessoa como portadora de um transtorno mental por apresentar certos sintomas oriundos da vida moderna ou de aspectos concernentes a sua cultura é criar propositadamente estigmas, para depois querer curá-los com placebos que, no longo prazo, trazem enormes prejuízos a saúde física e psíquica.
Inadmissível que se acredite que uma medicação possa resolver ou curar, por exemplo, a natural tristeza provocada pela perda de um ente querido, enquadrando seu portador com o diagnóstico de depressão. É a falência da inteligência, permitindo que a parvoíce lhe tome o lugar. A perversidade maior é prescrever ansiolíticos, antidepressivos e antipsicóticos a crianças que apresentam traços de hiperatividade ou com dificuldade de aprendizagem. São perversos que disseminam a cultura da doença mental para quem desconhece como funciona seu próprio psiquismo.
A poderosa indústria farmacêutica impõe critérios diagnósticos para simples sintomas que apenas se tratam de traços da personalidade, intoxicando a população para aumentar seus lucros. Influenciam médicos, criam laboratórios geradores de drogas danosas ao ser humano e financiam pesquisas encomendadas para garantir suas frágeis teses, no intuito de fazer prevalecer a crença de que tudo pode ser resolvido com uma mágica pílula que a tudo cura. Desprezam a consciência humana, capaz de superar seus desafios e de tentar, até sua última porção de inteligência, resolver o que se passa em seu mundo mental, sem efeitos colaterais danosos. Cometem um genocídio silencioso.
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